Há dois episódios do fim, o drama continua no eixo principal e mesmo assim, momentos cômicos foram os que não faltaram. A tensão foi muito bem inserida em cada história, o que resultou numa avalanche de cenas que me deixaram boquiaberto e com uma vontade imensa de saber os seus desfechos. Shameless continua brilhante.
Como sempre, eu não esperava que alguma trama relativamente importante fosse acabar um episódio após o seu início. Nem Monica e nem sua parceira se ajustaram a família Gallagher. Adorei ver Lip brigando com Roberta, discutindo com sua mãe e batendo em Frank. Eu não gostaria de ter pais daquele tipo, mas com certeza gostaria de fazer parte daquela família.
Frank continua com a sua incrível falta de sensibilidade. Brigou com Fiona após saber que Monica só assinaria os papéis se todos os Gallaghers aprovassem a partida de Liam. Nunca o vi tão irritado. Está sempre de mau humor e reclamando de tudo, mas nunca está irritado ou brabo. É incrível como o dinheiro muda totalmente sua personalidade.
Ele participou do momento mais Shameless da semana, onde matou dois coelhos com uma cajada só. Valeu muito o momento do acidente de Carl, eu não consigo expressar o meu sentimento com relação à tamanha sem-vergonhice de Frank. Essa história de policial indo atrás dele para descobrir suas façanhas não me interessou nem um pouco, mas eu acho que ainda tem mais coisa para acontecer.
Roberta: Nós temos um problema... Phillip?
Lip: Não sei... Bob. Vamos ver. Está acampada na minha casa, está fodendo com a minha mãe e está tentando roubar meu irmãozinho. Por que teríamos um problema?
As lágrimas nos olhos de Lip enquanto conversava com sua mãe me cortaram o coração, o ator deu um show. Ao contrário deste, seus momentos junto a Ian foram bastante descontraídos. Falar naturalmente que seu emprego é roubar carros, só pode ser ouvido sem preconceito por alguém como Ian, que também é cheio dos rolos. Descobrimos o desfecho da história de Kash e Mickey, na qual o adolescente delinquente fica enjaulado na prisão, mas se recusa a assumir que é gay.
Falando no núcleo adolescente, Karen foi a que mais me chamou atenção. A aproximação com seu pai foi bem inesperada, exatamente como a sua ida a reunião de castidade. Um bando de meninas virgens confessando os seus “pecados” na frente dos seus pais para mim é coisa de outro mundo. O mais legal e impressionante de tudo foi Karen com seu jeito meigo tentando disfarçar, mas abrindo a boca e contando todas suas experiências.
Shameless sabe tratar do assunto “adolescência” com imensa eficiência, não é a toa que meus personagens preferidos são os adolescentes. Eles são cheios de dúvidas e curiosidade, e o que Karen disse, é apenas um reflexo disto. Tamanha é a construção dos personagens, que o lesbianismo da parte da menina já era um coisa que se esperava, mas homossexualismo da parte de Mickey, era algo inimaginável.
O fim dessa história não podia ser mais dramático. Que sequência fantástica. Eddie humilhando sua filha na frente de todos que participavam da reunião, ela quebrando tudo que pertencia a seu pai, ele chegando em casa e sendo expulso por Sheila, que ultrapassa os limites de sua doença e vai até a rua falar umas boas verdades ao cara.
Sheila saiu de casa, SHEILA SAIU DE CASA E FICOU NA RUA. Não tenho palavras para descrever a emoção que senti vendo este momento. Shameless conta com ótimos atores, mas em cada cena que Sheila aparece, vira o destaque. Neste episódio não foi diferente. Emmy para Joan Cusack já!
Roberta: Você queria ter um pênis tão grande quanto o meu, Frank.
Monica e Roberta finalmente recebem o teste de DNA que comprova a paternidade de Liam. E por mais incrível que pareça, ele é filho legítimo de Frank e Monica. Embalados por todo esse clima de testes, os irmãos Ian e Lip resolvem fazer o mesmo, e no meio do jantar em família, acabam descobrindo que Ian não é filho de Frank.
Mais uma vez, a reunião dos Gallagher com Monica e Roberta foi o ponto alto do episódio. Como eu gostaria de estar ali no meio, debatendo todos aqueles assuntos e comendo aquela lasanha - que parecia uma delícia. O que mais me chamou atenção na cena foi o beijo do papai e da mamãe Gallagher. Que diabos foi aquilo? Como assim Monica é a alma gêmea de Frank? E Sheila? Frank Gallagher não tem jeito mesmo...
Monica: Houve aquela semana no verão de 95 que usei um monte de PCP.
Frank: Usou PCP? Sem me chamar? Você prometeu que iríamos usar juntos!
Novamente Fiona vem com suas frases inspiradoras e impactantes, e bota Monica no chinelo, falando que se ela amasse algum deles deveria deixar Liam e ir embora. E não é que a mamãe Gallagher ama seus filhos? A junção da música “Absolute Balance” com o momento da despedida entre Monica e Liam resultou numa cena tocante que, mais uma vez, marcou o episódio.
Em meio a toda essa confusão, descobrimos que fim levou a história de Fiona e Steve brincando de casinha. Será que com a partida de Monica eles ainda morarão em uma casa separada da família? Tony anda com muitos ciúmes do casal e no próximo episódio, descobre o verdadeiro emprego de Steve. Eu acho que essa história vai ser algum tipo de cliffhanger e vai ganhar um desfecho só na próxima temporada.
Fiona: Não consigo por comida na mesa, mas vou contratar um advogado?
Compensando a falta de um momento cômico nos últimos minutos do episódio anterior, esse nos trouxe uma cena mais engraçada o possível: “Monka, Monka”.
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