Shameless continua com histórias idênticas às da versão britânica. A trama inteira deste 1×02 foi voltada para Frank e, por mais que eu não goste tanto dele, o episódio manteve o nível de qualidade do piloto. Aliás, conseguiu ser ainda melhor, beirando a perfeição.
Frank é o maior vagabundo que eu já vi na vida! Acorda, vai pro bar, arranja briga, quando chega em casa desconta tudo no filho e, ainda por cima, reclama. Imagine que você foi à casa dos Gallagher e viu Frank dar um soco na cara do filho. Qual seria a sua reação? Steve passou por essa situação e o que ele fez: levou Frank para outro país.
Existe justificativa para Steve ter feito isso, pois Frank é o tipo de pai que não ajuda em absolutamente nada naquela casa e não é exemplo para nenhum filho. A família tem que roubar para comer, e ele está nem aí, só se preocupa consigo mesmo. É mesquinho, ignorante, egoísta e tantos outros defeitos que não me vêm em mente agora, mas a família o ama. Fiona se preocupa tanto com ele a ponto de acabar o relacionamento com Steve por causa da burrada feita pelo próprio, e Debbie – o sonho de qualquer mãe e pai – suporta Frank nos momentos mais difíceis, com o carisma intacto pelos palavrões ditos por ele.
O episódio também mostrou o jeito com que cada membro da família se preocupa um com o outro. A cena onde o policial vira o corpo do homem morto na rua fala por si. A angústia sentida pelos personagens naquela hora foi transmitida ao telespectador, que também sentiu o alívio que eles sentiram ao ver que aquele não passava de um cadáver qualquer.
Saindo do núcleo desesperado da família, descobrimos que Frank está preso no Canadá e não tem permissão para voltar ao seu país porque não tem passaporte. No meio de tudo isso, conhecemos o trabalho de Veronica, assistimos à cena hilária de Frank tomando remédios na viagem de volta para os EUA e vemos Tony (o policial) convidando Fiona para sair, o que me fez desconfiar de um futuro triângulo amoroso entre esses dois e Steve.
A meu ver, o episódio foi divido em três partes: Frank desaparecido, de volta à sua casa e na casa de Sheila. Essa segunda parte teve uma das minhas sequências preferidas, onde Frank está procurando um novo lugar para ficar, e Lip vai atrás dele numa bicicleta roubada, dizendo algumas verdades que ele não gostaria de ouvir.
Já na terceira parte, conhecemos melhor Sheila, a mãe de Karen. Uma mulher adorável e que sofre de agorafobia – uma doença que não permite que ela saia de casa sem ter um ataque de pânico. É comovente o como ela é afetada por esse problema, mas não deixa de ser bizarro. Mais bizarro ainda são os seus desejos sexuais. Frank descendo a escada e sentando na cadeira com uma almofadinha foi épico.
Um ponto que vale ser destacado é o de Fiona recusando o carro. Isso prova que ela prefere dar prioridade aos seus valores ao sair andando num carro novo como se nada tivesse acontecido. Outro ponto é a trilha sonora. Graças a ela, o episódio teve um “algo a mais” que foi realmente relevante. O que seria da cena em que Ian rouba o caminhão e Veronica fica enrolando Conrad sem a música de fundo “garotos estúpidos, vocês foram muito longe…”?
Com certeza, Frank the Plank foi melhor que o piloto, gostei muito de me contagiar pela alegria dos Gallagher novamente. Ao que parece, os próximos episódios seguirão o próprio rumo, longe da versão britânica. É esperar para ver como os roteiristas americanos irão se virar… Eu aposto todas minhas fichas neles!
Download do episódio aqui
Download das música do episódio aqui
Nenhum comentário:
Postar um comentário